segunda-feira, 13 de junho de 2011

impertinência


sei de tantos descaminhos
desolhares desistências
sei como é estar sozinho
sem nenhuma indulgência
sem nunca pedir clemência
sei de mim — um ser marinho
perdido a meio caminho
do deserto na iminência
de esquecer o mar — vizinho
de abismo e insolvência

mas não será desse espinho
que hei de morrer— paciência
a tal vil redemoinho
ofereço a impertinência
de quem conhece a ciência
do sobreviver— sem vinho
herói quixote ou moinho
sigo adiante — e de ausência
cinjo-me enquanto escrevinho
meus versos de inexistência



Márcia Maia


2 comentários:

Manoel Carlos disse...

Feliz aniversário!
Muitos anos de alegrias e sonhos realizados!
Parabéns!
Manoel Carlos

Cláudia Leister disse...

Márcia, primeira vez que venho cá em seu espaço. Que beleza! Tão encantada que nem mesmo sabia em que postagem sua deixar meu recado...
Já está adicionada entre os meus favoritos!