para Gerusa
Quando voltou, a esperança ainda estava lá. Pousada
tranquilamente sobre o computador. Nem ligou para a janela que, deliberadamente,
deixara aberta na esperança de não aprisioná-la. Porque uma esperança
prisioneira decerto é pior que esperança alguma. Ou não. Visto que nesse exato
momento, abria as asas e voava até a borda da janela. Para em seguida, pousar na
tela do monitor como a espreitar o que, sobre ela, ele escrevia.
Márcia Maia