domingo, 10 de outubro de 2010

por decreto

tão mais inúteis quanto mais se sucedem
ensolaradas e mudas são as manhãs
de domingo
eu finjo que não te espero
finges tu não nos saber

e a vida segue
a olhos vistos se adelgaça perde o viço
empalidece
sem que haja em toda a medicina uma única
maneira — poção ventosa ou vacina —
que a possa socorrer

exceto talvez abolir — por decreto — de uma
vez por todas todas elas
as mudas e claras e azuis e inúteis
manhãs de domingo




Márcia Maia

8 comentários:

Antonio Siqueira disse...

Omeu domingo ficou bonitinho depois que li esse poemas,rs...beijos dominicais

Breve Leonardo disse...

[não há necessidade de decreto: poema é mapa que não desaparece, decreto desvanece-se no tempo, efémera vontade]

um imenso abraço, Amiga Márcia

Leonardo B.

Manuel Veiga disse...

pálidas manhâs. de Domingo. devotas! e sem... "missa".

beijos

Barone disse...

Olá Márcia. Sempre bom te ler. Um beijo.

Manoel Carlos disse...

Tempo de espera...
Manoel Carlos

Anônimo disse...

Ah, os domingos... pratos cheios de melancolia para os poetas.

Muito bons seus poemas!

Beijo.

Adriana Riess Karnal disse...

Márcia,
e também as tardes de domingo.vc é ótima.

Felicidade Clandestina disse...

me veio um fragmento de Clarice a mente... "de onde vem os ecos do domingo?"

e na falta do amor...