segunda-feira, 30 de agosto de 2010

tear


não que seja a madrugada
preâmbulo do dia

tampouco réquiem ou epitáfio
de amor inacabado

mas um tempo que se arrasta
como se caminhassem
os ponteiros
ao avesso

não que sejas a razão da
minha insônia
ou que palpite o coração
ensandecido
a qualquer tênue recordação
de ti

(tenho-as tantas)

apenas fazes-me falta

e entornas essa tua ausência
imensamente calma

entre a cama e a janela
sobre o poema

onde desfio fio a fio a madrugada



Márcia Maia


2 comentários:

Antonio Siqueira disse...

Eu sempre via a madrugada assim, rs. Incrível e demais!

Manuel Veiga disse...

envolvente. como os braços das noites calidas..

muito belo

beijos