não que seja a madrugada
preâmbulo do dia
tampouco réquiem ou epitáfio
de amor inacabado
mas um tempo que se arrasta
como se caminhassem
os ponteiros
ao avesso
não que sejas a razão da
minha insônia
ou que palpite o coração
ensandecido
a qualquer tênue recordação
de ti
(tenho-as tantas)
apenas fazes-me falta
e entornas essa tua ausência
imensamente calma
entre a cama e a janela
sobre o poema
onde desfio fio a fio a madrugada
Márcia Maia
2 comentários:
Eu sempre via a madrugada assim, rs. Incrível e demais!
envolvente. como os braços das noites calidas..
muito belo
beijos
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