domingo, 22 de agosto de 2010

sem backup


apertar um botão e apagar-te
em título e subtítulo
linha a linha

até que te restes pouco mais
que em nem escritas
entrelinhas

criptografadas em um arquivo
obscuro de um lugar
chamado cache

de onde hei deletar-te quando
o tempo nem pretérito
nem futuro

fizer-te memória imprestável de
um sentir envilecido
nem amor

nem mágoa nem nada que ouse
em descompasso dizer-
se saudade



Márcia Maia


6 comentários:

mariza lourenço disse...

o pior é o cache que persiste, apesar dos inúmeros 'deletes'.
maravilhoso, gêmela.
beijo de domingo.

Ricardo Mainieri disse...

Para esses casos, só passando o CCleaner...(rs)
Gosto, também, de interagir poeticamente com o mundo dos computadores.
Tenho um poema meu que aborda este tema, apenas focando mais o lado do stress e do cansaço. Chama-se Máquina Humana.
Este teu, ficou perfeito, não ouso um delete...

Beijão.

Ricardo Mainieri

Amélia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Amélia disse...

Olá,Márcia!Só para te dizer bom dia e que continuo a giostar do que escreves.Abraço

RICARDO MANN disse...

É a poesia entrando cada vez mais na era digital. hehehe

Manuel Veiga disse...

o moderno "delete" é mais confortável que "rocha de Tarpeia". provoca menos dor. rsss

muito bem

beijos