sou a que se perdeu
a ausente
e embora esteja quase
sempre aqui
aparentemente presente
não sou eu a que me vêem
— tu e toda essa gente —
mas o esboço
a sombra
o rastro
ou talvez apenas o reflexo
nas águas turvas de junho
da que fui
quando o inverno era
ainda
uma improvável e longínqua
possibilidade
Márcia Maia
4 comentários:
Marcia,
Belo poema sobre o tempo em nós.
Beijos,
Carol
Excelente, Márcia!
poema de uma musicalidade dolente e amável. como um solo de violancelo.
adorei
beijos
Pois é assim, Márcia: todos os invernos se entranham em nós, por isso o medo. Nada demais, não quiséssemos ser, assim, primaveris. Excelente poema. Abraços, Pedro.
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