Enquanto o filho caçula, doente e pródigo, dorme, ela vela. Não fia ou tece. Espreita o céu azul da tarde, pela janela aberta, e lê o jornal do dia. Mesmo assim, em seu velho vestido de algodão bordado, deitada sobre a cama, distraída, daria um belo quadro de Vermeer. Não fossem de prata seus brincos.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
terça-feira, 15 de novembro de 2011
partida asa
e ao fim do feriado
reumática a república
se desveste
e
a
dor
mece
desolada com seu dia
que não foi
Márcia Maia
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domingo, 13 de novembro de 2011
poeminha antes de dormir
talvez arriscar apenas letras
digitá-las
[
vez que escrevê-las à mão
caligraficamente
desenhadas
ou apressada
mente desdenhadas
segundo alguns
é inconcebível no século XXI
]
na tentativa de
ao fim
vê-las travestidas de poema
fátua fantasia
de quem prefere a poesia
ao popular rivotril
Márcia Maia
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terça-feira, 8 de novembro de 2011
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
time after time
no dia seguinte
as flores começam a murchar
o único som que se ouve é o vento
nas folhas dos jambeiros e mangueiras
e os mortos sossegados
retornam à rotina de decomposição e eternidade
Márcia Maia
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