sexta-feira, 16 de abril de 2010

desobrigação


wang xiao song©





















abro mão da obrigação
de ser feliz na sexta
à noite

de sair copo a copo

corpo a corpo
bar em bar

basta-me um pouco

de quietude de
silêncio

o balanço da cadeira

na penumbra da
varanda

(copo de vinho solo

de jazz quinteto de
mozart)

a noite azul qualquer

estrela alguma
lua

e a lembrança da tua

boca das tuas mãos
como arrepio

em minha pele




Márcia Maia

9 comentários:

Carol Timm disse...

Marcia,

É tão bom se desobrigar e se sentir livre para descansar, recordar, sonhar...

Fundamental aliás.

Bjs,
Carol

Graça Carpes disse...

Adoro esse movimento oposto ao mundano.
Bjo
http://pulsarpoetico.zip.net

Lou Vilela disse...

Bela construção, minha cara!

Abraços,
Lou

dade amorim disse...

Diante disso, me sinto na presença de uma irmã. Bom demais, Márcia.

Beijos.

Manuel Veiga disse...

de copo em corpo até ao climax das mãos. e da pele...

belíssimo

beijos

Flávia disse...

eu gostaria tanto que esse poema não fosse tão meu quanto senti ao lê-lo.

não imagina quanto.
céus.

Cláudia disse...

Ai nem fale
Desobrigação....eis uma palava que eu estava procurando perdidamente na minha mente ainda sã para fugir do mundo e das normalidades que instituiram de tempos pra cá...

amei

beijos

Ricardo Mainieri disse...

Alheia à pretensa "normose" do mundo, a poetisa se dá um tempo para a intimidade.
Uma intimidade que concilia jazz & Mozart com um palatável acompanhamento etílico.
Muito bom tudo isso.
Eu, também, não sairia de casa...

Beijão.

Ricardo Mainieri

Unknown disse...

eu adoro isso!