essa que profana os caminhos das tuas mãos
em minha pele e estende-se aguda e
funda a percorrer-me desde o dorso
pelo flanco até o pé
como definitivamente mitigá-la
são-me inúteis os remédios os médicos a poesia
e os poetas como eu e mesmo como tu ainda
que aqui tu estivesses nessa hora
e não estás
e a dor a afirmar-se de mim senhora e soberana
por pirraça ou por vingança ignora o mau poema
com que tento distraí-la e crua
recrudesce
Márcia Maia
2 comentários:
Que é feito daquele sorriso que tínhamos e daqueles olhos brilhantes de esperança?!
[inquilina na palavra,
a dor permanece, mesquinha,
para além da palavra,
engana(dor)a palavra]
um imenso abraço, Márcia
Leonardo B.
Postar um comentário