sábado, 29 de outubro de 2011

voragem



abriu a janela e deixou que entrasse a chuva até que a casa-casa se tornasse casa-rio casa-mar  até que surgissem as primeiras algas e uma areia fina recobrisse o que era ladrilho e mármore  até que o primeiro peixe veloz e prateado reinventasse prazeres e caminhos  e então só então adormeceu



Márcia Maia


5 comentários:

mfc disse...

Primeiro sonhou... e depois então adormeceu!

Adriana Riess Karnal disse...

essas prosas de areia são tão mares profundos.

Nilson Barcelli disse...

Máricia, continuas a escrever genialmente.
Beijos, querida amiga.

hfm disse...

Como gostei!

Felicidade Clandestina disse...

daqui pude sentir o adormecer com o barulho da chuva.