terça-feira, 4 de janeiro de 2011

os degraus


sigo em frente — um a um desço os degraus
(a despeito dos avisos do poeta)
se me espera um sonho novo ou pesadelo
saberei quando chegar onde me levam

vejo vultos se achegando a essa escada
e lanternas que parecem flutuar
ouço vozes que se alternam em gemidos
a bailar qual acalanto em meus ouvidos

e então vejo frente a mim a me fitar
minhas faces mais antigas e (encantada)
em seus olhos que são meus e me relevam

eu mergulho corpo e alma —nua em pelo
a seguir me faço verso e raio e seta
— quintaneio em sonhos bons os dias maus


Márcia Maia


2 comentários:

Sidnei Olivio disse...

Perfeito, como sempre. O último verso é antológico. Beijos e um ano cheio de graça e poesia.

o refúgio disse...

um belo poema, cheio de esperança, coisa boa pra início de ano!
feliz ano novo, moça!
beijo