há uma canção nessa manhã azul
de antigamente
(a canção não a manhã)
e eu oscilo
hesito entre manter-me inteira
no presente
ou escorregar leve impercebida e
sorrateiramente
ao quarto fechado
onde dormitam em segurança todos os
sentires inacabados
há uma manhã nessa canção
de antigamente
(a manhã não a canção)
e já nem sei o que é passado
o que é presente
mas vem em meu auxílio
o telefone
e embora aveludada e rouca
não é tua
a voz que me procura
há uma canção nessa manhã
nem tão azul
(tampouco de antigamente)
apenas uma canção
e nada mais
Márcia Maia
2 comentários:
Muito bonito.
Um abraço.
Sua sensibilidade é a manhã azul. Dá uma música linda esse poema. Lindo!
Beijos
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