segunda-feira, 24 de maio de 2010

Rotina


Era quase sempre madrugada quando, trôpego, retornava adivinhando caminhos e estrelas. A bem da verdade, perdia-se, às vezes. Já batera em porta errada, dormira em banco de praça, acordara na calçada, abraçado ao cachorro do vizinho. Mas, quase sempre, chegava são e salvo. Subia as escadas, abria a porta sem ruído, tirava os sapatos, e entrava, pé ante pé, na casa adormecida. Em silêncio. Para não despertar a solidão.



Márcia Maia

Um comentário:

Lou Vilela disse...

Boa trama! ;)

Beijos