sexta-feira, 23 de abril de 2010

desconstrução


digo não  desisto e sigo
adiante sem olhar
para trás  em vão prossigo
nessa ânsia de buscar
a saída que não há
não me contenho  maldigo
o caminho onde mitigo
a angústia de cegar-
me  esse vão cruel castigo
de em mim desacreditar

calo-me  quebro o antigo
espelho  o que sobrar
é sangue e cacos  desdigo
a dor rubra a alucinar-
me o riso a me avermelhar
a noite onde não consigo
adormecer  desobrigo-
me de auroras  sou mar
chumbo e bravio  sou figo
apodrecido ao luar



Márcia Maia

2 comentários:

RICARDO MANN disse...

As quebras de linha desse poema dão sensações diferentes na leitura. Muito legal isso!

Manuel Veiga disse...

invejável talento o teu de assim dizer...