sábado, 7 de janeiro de 2012
o rio
O Rio Capibaribe, no Recife de antigamente
o sol brinca de potengi nas águas do capibaribe
e brinca de capibaribe se porventura estou lá
o sol sabe de tardes de margens de correnteza e mangue
sabe de igrejas e fortes à beira-rio-quase-mar
o rio por sua vez sabe de água caranguejo e gente
do que se diz do que se vê de quase tudo que se sente
o rio sabe de ser porto e caminho mortalha e berço
acalanto e incelença — todas as cantigas — e mais
sabe ser fêmea bem-amada pelo sol e oferecida
ao rio macho à luz da lua para de novo a amar
e enquanto o sol sonha-se rio e liquefaz-se de poente
o rio mais quer-se rio não sol-no-rio-quase-mar
e brinca de ser potengi nas águas do capibaribe
e insiste em ser capibaribe se porventura estou lá
Márcia Maia
Marcadores:
np,
onde a minha rolleiflex
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Olho os rios e faço-os a todos meus!
Amo os meus rios...!
Belíssimo, Márcia. Fico realmente impressionado com o talento de alguns poetas ainda pouco conhecidos.
Lindo!
Postar um comentário