quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

improcedente


quase só nessa quinta de manhã
busco abrigo entre as rimas do soneto
apesar de saber-me aqui perdida
qual romã a pender de abacateiro

meio-morta de cansaço do afã
de uma noite em plantão inda cometo
um pecado ao tentar driblar a vida
procurando uma agulha no palheiro

que seria uma rima bela e rara
pra rimar desencanto e solidão
com amor essa coisa evanescente

que atormenta e vicia feito tara
que se tem mas se nega sempre em vão
— onde jaz essa rima improcedente



Márcia Maia


3 comentários:

Celso Mendes disse...

Lindo soneto, Márcia. Não precisa nem dizer por que, mas o pós plantão me faz identificar-me muito com ele...rs Adorei, amiga!

Beijos!

Wilson Guanais disse...

olá, conheça Simbiose, nosso novo livro de poemas.

bjs

Manuel Veiga disse...

a rima lá está: inesperada. sempre!

belíssimo.

beijos