quinta-feira, 30 de setembro de 2010

um poema à hora do almoço


um poema à hora do almoço
tecido em pensamento

sem caneta
teclado
guardanapo

um poema de sentir saudade
germinado entre folhas

de alface
hortelã
manjericão

diluído em burburinho
(afinal é hora do almoço)

na fumaça
de automóveis
e cigarros

é provável que se perca rápida
e definitivamente

entre a conta
e o último
gole do café

pois para que serve um poema
de saudade

(escrito
em pensamento
à hora do almoço)

senão para perturbar o apetite e
o coração



Márcia Maia


4 comentários:

Antonio Siqueira disse...

Olha...meu deu uma fome de ler um livro inteirinho de poesia, rsrsrs

Anônimo disse...

Já havia lido várias coisas suas. Poemas incríveis os seus, gostei daqui!

Beijo.

Sidnei Olivio disse...

Márcia, querida, indescrítivel sensação, esta de ler um poema belíssimo na hora do almoço. Beijos.

Manuel Veiga disse...

por uma vez discordo. um poema á hora de almoço pode muito bem abrir o apetite rss

gostei muito

beijos