terça-feira, 15 de junho de 2010

classificado



pintei a varanda de verde
e as paredes da sala de um negro-neon

troquei por marrom o bege das cortinas

sem pensar se combinam com o azul-petróleo
das janelas e do corredor

o sofá de um branco imaculado
e o tapete bordô tendendo ao vermelho

(o resto da casa — de portas trancadas
deixei como estava)

para que se acaso tu chegues em busca
do cheiro de noite na pele sob a camisola lilás

ao ver-te daqui estrangeiro

sem um ninho sequer no pinheiro te sintas
tentado a te me descobrir a nos reinventar



Márcia Maia


Um comentário:

Manuel Veiga disse...

cores intemporais. as do amor...

belíssimo,

beijos