Todo o Azul
A Carlos Pena Filho
De tanto azul é feita
esta cidade
céu azul
mar azul
e um rio
a ousar azuis proibidos
em manguezais profanados.
Homens de negros cabelos
azuis
e mulheres de peitos despudoradamente
azuis
tecem nos bares da cidade
a trama dos sonhos
reinventada a cada
madrugada
igualmente azul
enquanto mendigos e cães
se confundem
no azul melancólico das
calçadas.
Ah, Carlos
Recife continua azul
embora velho, doente
distante e saudoso do teu tempo
mas sempre
irremediavelmente
azul!
Márcia Maia
2 comentários:
E apesar do azul os contraste são gritantes... apesar de em fundo azul!
Marivilhoso esse seu poema azulado Márcia. Um beijo pra ti!
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