sábado, 10 de abril de 2010

mutação


envelheci num átimo

no preciso instante
entre o fim do filme
e o acender
das luzes do cinema

atônitos
entreolharam-se os espelhos
ante a dubiedade
da imagem
refletida

e eu?
parti
deixei sobre a cadeira
ao lado
a face antiga



Márcia Maia

4 comentários:

Iara Maria Carvalho disse...

Surreal poesia. Beleza, ritmo, fluidez.

Linda!

Fico feliz quando espia minha Janela, querida Márcia!

Sobre livros, tô com um projeto coletivo pra esse ano, tomara que dê certo.

Um beijão!

Fred Matos disse...

"parti
deixei sobre a cadeira
ao lado
a face antiga"


Às vezes penso que eu também, mas a memória da face antiga persiste, como se quem tivesse ficado fosse a nova face.

Ótimo poema, Márcia.
Beijos

Manuel Veiga disse...

acompanho-te (discreto) desde a Tábua das Marés. a minha admiração aumenta dia para dia...

beijos

wind disse...

Fabuloso!
Beijos