a chuva enxágua as calçadas
da sexta-feira
deserta
encharcada a miséria se abriga
sob os pórticos das igrejas
antigas
pintadas de novo
— preciosamente preservadas —
sombria imagem de esquecidos
não há páscoa nesta cidade
de vivos-mortos
sem ressurreição e sem saída
aqui é sempre
— e todo dia —
sexta-feira da paixão
Márcia Maia
17 comentários:
Márcia! Sem palavras para a beleza desse poema... (a imagem como uma luva, coroando os seus versos.) Basta apenas ler, ler, e sentir. Abraços.
*ps Aguardo o seu endereço para encaminhar meu livro.
"não há páscoa nesta cidade
de vivos-mortos
sem ressurreição e sem saída"
Ótimo poema, Márcia, no qual há poemas entre poemas.
Excelentes os escritos atrás deste e certeiro este poema!
Boa Páscoa:)
Beijos
otimo poema!!!!
bjs
Que surpresa! Muitos e ótimos ovos de Páscoa servidos em toda a sua real rudeza... e magniíficos sabores.
Maju
Um belo blog, de dliciosa leitura.
Parabéns!
anamerij
Gostei muito, é uma boa crítica social. Também questiono a indiferença da igreja com os miseráveis que ficam às suas portas.
Há quanto tempo não a lia querida amiga. Ainda bem que "ressuscitou"... para continuarmos a ler a excelente poesia que faz. Há uns 4 ou 5 anos que a leio e nunca me canso.
Boa Páscoa para vc e para a sua família.
Um beijo.
Muito bom, Márcia. Parabéns! Beijão.
amiga, cá estou pra receber o presente de páscoa. lindo, lindo poema. agora nós é gêmela também no blogspot... hehehehe
beijo, saudades.
Beleza, Márcia! Parabéns pelo Itinerário - lindo! - mais um ponto da rede pra gente encontrar você e seus poemas.
Boa Páscoa!
Beijo beijo.
parabéns, poeta! seu escrever continua preciso no lirismo e nas imagens. Mais um espaço para nosso deleite. grande abraço seridoense!
e aqui é sempre sexyta-feira de poesia!
Um grande abraço e muitos parabéns pelo blog!
Jorge
Que presente!! Belo poema, Márcia! Um beijo de feliz páscoa.
Magnífico poema, Márcia. Maravilhoso presente de Páscoa este seu novo blog. Saúde e vida longa.
Olá, Márcia!
Meus cumprimentos pelo novo blog,
muito bonito e rico em conteúdo.
Vou deixar um soneto afim:
A METÁFORA DO GÓLGOTA
Talvez existisse ainda uma metáfora
nas cruzes de Roma no Monte da Caveira.
Talvez houvesse nas pendidas escápulas
um retrato da humanidade inteira.
Um terço de justos e dois terços de ladrões
talvez seja realmente a porcentagem
que retrata, nas mais devidas proporções,
os seres que trajam de homens a roupagem.
Um terço de ingênuos vive e morre em vão:
são os melhores homens, que têm um ideal.
Dos dois terços restantes, chamam de “mau ladrão”
àquele criminoso, o que perpetra o Mal.
O que sobra, afinal, é homem de valor,
pois todo bom ladrão é um empreendedor.
Antônio Adriano de Medeiros
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