quarta-feira, 10 de novembro de 2010

novembro 10 7:40


calor de meio-dia às sete e meia
torpor de noite e meia na manhã

o mar se faz deserto liquefeito
pretérito imperfeito de sertão

o rio em água morna se espreguiça
atiça como fogo de braseiro

o cheiro de suor e esse mormaço
(o traço mais constante do verão)

azul o sol explode na fruteira
e inscreve na cadeira essa manhã



Márcia Maia


3 comentários:

Marcantonio disse...

Novembro, 11, 1:00 no horário de verão; eu aqui lendo e achando muito bom esse poema.

Abraço.

Ricardo Mainieri disse...

O calor motiva, também a poesia.
Muito interessante tuas sensações vertidas em versos.
Recentemente, escrevi também sobre o mormaço. Olhe:

Sol em rajadas
mergulho na sombra
ou busco um bunker
com ar climatizado?

Beijão.

Ricardo Mainieri

Flá Perez (BláBlá) disse...

perfeitinho!
belo!
bjbjbj